A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou ontem 6ª feira (30.jul.2021) que manterá em agosto a bandeira vermelha patamar 2 –a mais cara– como referência nas contas de energia elétrica. Isso significa que, para cada 100 quilowatts-hora consumidos, serão acrescidos o valor de R$ 9,49.
“Em julho, as afluências nas principais bacias hidrográficas do SIN (Sistema Interligado Nacional) continuam entre as mais críticas do histórico. Agosto inicia-se com igual perspectiva hidrológica, com os principais reservatórios do SIN em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano”, diz a agência.
O sistema de bandeiras é usado para determinar o valor cobrado aos consumidores a partir das condições de geração de energia elétrica. Conforme a disponibilidade de insumos para a produção, a bandeira pode ser alterada em uma escala de verde, amarela e vermelha, sendo a última quando há mais dificuldades.
O Brasil vive a pior crise hídrica desde 1931, o cálculo atual não atende os custos da geração de energia elétrica. Como mais de 60% da matriz elétrica brasileira é hidráulica, a geração de energia está prejudicada e o governo aciona as usinas térmicas, mais caras e mais poluentes.
Apesar da situação, o governo nega risco de apagão ou racionamento de energia elétrica. Em pronunciamento em rede nacional no dia 28 de junho, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) pediu, entretanto, economia voluntária por parte dos consumidores.
Na mesma data, o governo editou uma MP (medida provisória) que cria a Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética) –grupo de ministros que poderá impor medidas de gestão das águas e de energia. A MP propõe também, mas sem detalhar, que as contratações de reserva de capacidade de energia elétrica sejam realizadas via “procedimentos competitivos simplificados”.
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