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domingo, 7 de julho de 2019

QUE FIM LEVOU O TRAIRY CLUBE? EM SANTA CRUZ-RN

    Postado Por: Elinho Promoções

Não temos como evitar as saudades. As lembranças do passado têm a mania de mexer com a gente, vira e mexe, confronta nosso presente com o que vivemos lá atrás. Hoje veio-me na memória as lembranças do velho Trairy Clube, fundado em 01 de julho de 1953. 

Nesse ano a Sociedade Santacruzense organizou-se com a finalidade de criar um Clube para proporcionar aos seus associados e respectivas famílias lazer e cultura, dentro da rígida moralidade da época. Para materializar a ideia, reservaram em seu interior uma biblioteca e uma sala de aula para crianças pobre da cidade. A primeira diretoria foi constituída por Aluísio Bezerra, presidente, Jácio Luiz Bezerra Fiúza, João Batista de Medeiros (João de Gan), José Medeiros de Carvalho e Djalma Saldanha, por lá tam


Vim conhecer o Trairy Clube com onze anos, era um período de carnaval, não tinha idade ainda para entrar, fiquei nas grades laterais de ventilação, mesmo de fora do prédio, conseguia enxergar as grandes filas de foliões que se formavam ao longo do salão, nesse grupo estava José Ribeiro, funcionário do Banco do Nordeste, com seu lenço branco na mão, puxando o seu cordão, é fácil descobrir que a música que tocava na hora era “Bandeira Branca” de Max Nunes e Laércio Alves, maior sucesso na voz de Dalva de Oliveira. Foi uma festa de encher os olhos e a imaginação, confete e serpentina eram atiradas a cada instante, o cheiro de lança perfume cobria todo ambiente, chegava até aos que estavam no lado de fora como expectadores.


Tempos depois comecei a frequentar o Trairy Clube, lembro-me do “Suarê” com sua luz negra, animava as noites de domingo dos boêmios, ao som de Roberto Carlos, Erasmo, Eduardo Araújo, Wanderléa, Martinha, Renato e Seus Blue Caps, The Fivers. Sinto saudades daqueles momentos românticos vividos, frio na barriga, coração batendo apressado, misturado com ansiedade na hora de convidar uma garota para dançar, nos fazia gritar sem voz, chorar sem lágrimas, passado o vexame, tudo era felicidade. Nesse instante o desejo de todos os jovens da época, era encarnar um Fred Astaire, uma Ginger Rogers, encantadores parceiros dançarinos que rodopiavam maravilhosamente nos musicais da Broadway.


O Trairy Clube foi o principal e único sodalício da cidade por muito tempo, festas de formatura e bailes de debutantes, houveram aos montes, sonhos inesquecíveis de menina-moça e formandos foram realizados em suas dependências, presenciados por toda sociedade. 


O mais marcante dessas solenidades era a valsa, comumente pajens, debutantes e formandos ensaiavam antecipadamente passos dessa belíssima dança para quando chegar a hora anunciada, no acender das luzes, executarem em perfeita harmonia sua valsa. Fico aqui a me perguntar, qual a jovem de Santa Cruz, daquela época, que aos quinze anos não debutou para sociedade naquele espaço. Para eternizar o cenário de “glamour”, estavam sempre os fotógrafos com suas máquinas e fleches possantes, clicando e iluminando a cada instante os agraciados, poses e belezas estão guardadas hoje em muitos álbuns de recordações por aí.

Eram as festas Carnavalescas que mais empolgavam seus frequentadores, o ápice da noitada era o desfile da rainha, do rei momo e a entrada dos blocos, cito dois inesquecíveis, pirilampos e versáteis. Tenho na memória os nomes de alguns componentes que vivenciaram em toda a sua plenitude essas histórias: Salomão, Jane de Balelê, Rocha Filho, Newman, Pericles, Pedro Filho, Betinho de Pedro Amarante, Ilnar, Miguel Filho, Tomba, Neno de Hercilio, minhas irmãs Cássia e Rose, Regia de Til, Sandra, Betinha, Margareth de Antônio Nunes, Cassia Pinto, Fátima de Zé Caboré, Rosinha, Dofinho, Luzinete de Chico Adriano, Ana Alice, Bete de Pítico, Silvério, Galego de Neno, Surama, Marquinho de Ivahy, Djahy, Zé Domingos, Bahia, Graça Pontes, Deusa, Rosângela Dantas, Francisco de Lourenço, Bulhões, Neuza de Cosminho, Crezio Lopes, muitos não estão mais entre nós, mas ali o tempo parecia nem existir, só queríamos se divertir. Essa brincadeira descontraída alongava-se noite a dentro, terminava geralmente ao amanhecer, todos os foliões atrás da orquestra que caminhava até a Praça Ezequiel Mergelino de Souza, dali partíamos em bando para a Fazenda Bom Jardim de Miguel Farias para tomar o leite de suas vacas.


A festa de maior expressão daquela irmandade era mesmo a das Personalidades, ponto alto de nossas vidas em sociedade, o reconhecimento pela dedicação e trabalho de muitas autoridades do Rio Grande do Norte foram manifestados dentro daquelas paredes, complementados com disparos de aplausos demorados de louvação. 


Nessas ocasiões, desfiles de elegância e competência aconteciam em todos os cantos do clube. A passarela utilizada era seu piso de tacos lustrados ao centro e nas laterais suas cerâmicas preta e branca, brilhando aos olhos de quem transitava. A iluminação interior vinha de suas arandelas decorativas, penduradas em cada coluna, uma beleza estonteante que encantava a todos. Sempre nessas ocasiões estava a professora Maria Celestina da Silveira, conhecida por Maroquinha, com seu vocabulário erudito e recentemente Iranilson Silva, agraciado pela voz de tenor e dicção perfeita, recitando em verso e prosa o histórico de cada homenageado. 


Não existe em qualquer lugar do mundo outra agremiação com um espaço tão eclético e receptivo como o saudoso Trairy Clube, presenciei por diversas vezes apurações de urnas de eleições ocorridas na região, lembro de candidatos eleitos partindo dali nos braços do povo para comemorar pelas ruas da cidade, o mais emblemático de todos, o prefeito eleito José de Balelê, saiu pela porta, cercado por uma multidão de cidadãos Santacruzense.


A justiça criminal também utilizou em várias ocasiões o recinto para fazerem seus “júri popular”, quantos embates entre advogados de defesa e acusação foram travados diante de jurados atônitos, tive de assistir alguns, as teses levantadas eram de arrepiar, muitos réus foram sentenciados e outros absorvidos, saindo dali em liberd

Um comentário:

  1. Frequentei o Trairy club de Santa Cruz durante o período que lá residi (1976 a 1980). Tenho boas recordações.

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