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domingo, 1 de julho de 2018

Torres de Moscou refletem as crenças que convivem há séculos na Rússia


No maior país do mundo, a fé está presente em templos suntuosos, unindo povos que sofreram perseguições ao longo dos séculos e que hoje são bem-vindos outra vez. Marcelo Courrege explica um pouco desse mosaico religioso chamado RússiaOs imponentes estádios russos são os templos mais reverenciados durante a Copa. Mas as torres de Moscou refletem as crenças que convivem há séculos no país. Igrejas, sinagogas, mesquitas. Os muçulmanos representam cerca de 14% da população. Oito, das 21 repúblicas da Rússia, são de maioria islâmica, como o Tartaristão. Mas boa parte fica na região do Cáucaso, caso da Chechênia. Assim, o país virou um intermediário entre dois mundos: o cristão e o muçulmano. A Rússia tem lugar na Organização da Conferência Islâmica, que reúne 57 países. A aceitação das mesquitas sempre foi mais natural do que a das sinagogas. “A história dos judeus na Rússia é longa, diversificada e complexa através dos tempos”, diz o historiador Boris Khaimovich. Um pequeno museu guarda artefatos, relíquias judaicas do cotidiano russo, Tem até um toldo do fim do século XIX, que era usado nas cerimônias de casamento judaicas, e tem pintura representando esses momentos. Foram séculos de repressão durante o Império Russo e a União Soviética. Boris conta que havia muita propaganda contra os judeus. Explica que a mãe dele, médica, perdeu muitos pacientes que não queriam se tratar com uma judia. Lembra que os judeus só podiam estudar em duas universidades do país. Cartazes convidavam os judeus para viver numa região de rios e terra farta. Que, na verdade, ficava nos confins da Sibéria. Um pântano isolado do resto do país e do mundo: o estado autônomo judaico. Boris diz que não existem documentos sobre o envio de judeus para a Sibéria porque as ordens eram ditas e não escritas, e que, na região, ainda vivem cerca de 10 mil judeus. Ele explica que hoje em dia, com o fim da União Soviética, a situação mudou. A Rússia de hoje apoia abertamente e incentiva o retorno do povo judeu. A prova disso é o Museu Russo-Judaico da Tolerância, o maior do mundo a registrar a história deles. Custou aproximadamente R$ 190 milhões. Foi patrocinado por bilionários, pelo governo russo e elogiado por líderes judeus do mundo inteiro. Uma sinagoga virtual dentro do museu mostra como o movimento Chabad é atuante hoje na Rússia. O objetivo do movimento é popularizar a cultura judaica e também os ensinamentos da Torá, o texto sagrado dos judeus. Cenas de simplicidade, como o pão sendo dividido a mesa, eram muito comuns na época em que a Polônia fazia parte do Império Russo e a maior população de judeus do mundo vivia no território. É um grande exercício de se aproximar da vida dos judeus, por todos os tempos na Rússia, inclusive na época da União Soviética.  Hoje, eles representam apenas 1% da população do país. Mas a presença maciça dos cristãos ortodoxos define a paisagem ao longo de toda a Rússia. Eles representam 70% da população. Mas nem as cúpulas douradas escaparam da fúria de Stalin. Em 1933, na calada da noite, o ditador, que estudou para ser padre, mandou demolir a mais importante catedral de Moscou. O que vemos hoje, depois de um enorme esforço de reconstrução, é um tesouro: a Catedral de Cristo Salvador. A antiga foi abaixo para dar lugar à maior piscina pública do mundo. Os moscovitas se reuniram, juntaram dinheiro, reergueram o templo ainda mais belo e dourado. Os nomes dos russos que contribuíram estão eternizados nas paredes. A maior catedral ortodoxa da Rússia não é apenas uma referência para quem está espiritualmente perdido. Numa cidade praticamente toda plana, como a capital Moscou, ela também guia os caminhos de quem não se encontra.

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